O que é a homeopatia?
A Homeopatia existe há mais de 200 anos. A Organização Mundial de Saúde estima que seja usada por mais de 500 milhões de pessoas, no mundo inteiro. Em Inglaterra, França, Alemanha, Suiça e Holanda, está incluída no Serviço Nacional de Saúde.

É um sistema holístico de medicina que reconhece a singularidade de cada um de nós. Estimula e afina a nossa capacidade individual de nos curarmos e de funcionarmos perfeitamente. Trata-se, assim, de uma proposta terapêutica que elabora um diagnóstico apoiado em sinais físicos, psíquicos, mentais e sociais, evidenciados pelo paciente e, assim sendo, é uma terapia de auto responsabilização/participação do terapeuta/paciente.

A palavra é um composto de dois termos gregos homeo (similar) e pathos (algo que acontece, padecimento). Durante a consulta homeopática reconhece-se o padrão dinâmico da doença e ministra-se ao doente um medicamento de padrão dinâmico semelhante (homeo), causando assim no organismo uma neutralização do padrão vital patológico que causa os sintomas da doença. A Homeopatia trata assim a causa (doença), e não só o resultado (sintomas) da doença, permitindo a ‘cura’.

A popularidade da Homeopatia aumentou na Europa depois do seu incrível sucesso no tratamento de doenças epidémicas como a escarlatina, a gripe espanhola, a cólera e a febre amarela onde a medicina convencional falhou. A forma hoje praticada, foi sistematizada há 200 anos pelo médico e biólogo alemão Samuel Hahnemann como reacção ao sistema médico tradicional que ele considerava perigoso e ineficaz. Iniciou a sua própria investigação em princípios médicos consistentes e eficazes. Após elaborar os princípios básicos da homeopatia e verificado que funcionavam voltou à prática médica.

Apesar das críticas por parte da medicina ortodoxa baseada na farmacologia, a validade e eficiência das ideias de Samuel Hahnemann quando correctamente aplicadas têm sido consistentemente demonstradas empiricamente há mais de 200 anos. Fundamentou-se na lei dos semelhantes ou lei da similitude/analogia, aplicada por Hipócrates, pai da medicina convencional no ano 450 A.C. e igualmente encontrada na medicina ayurvédica.

Como funciona?
A homeopatia actua porque acciona os mecanismos curativos do próprio corpo e funciona de acordo com o principio da “lei da similitude”. Esta lei afirma que uma substância que cause sintomas numa pessoa saudável pode igualmente aliviar esses sintomas se administrada em doses diminutas.  Em português a expressão “o mal cura o mal” traduz muito bem esta lei. A energia da substância que provoca o “mal” numa pessoa saudável é a mesma que vai curar o mal de uma pessoa doente. Por exemplo se uma pessoa sã ingerir doses tóxicas de certa substância, irá apresentar sintomas como dores gástricas, vómitos e diarreia como por exemplo o caso do arsénico álbum, porém, se por outro lado, essa mesma substância, preparada homeopaticamente, for administrada ao enfermo que apresenta dores gástricas, vómitos e diarreia, com características semelhantes àquelas causadas pela substância em questão, obtém-se, como resultado a cura desses sintomas. A urtiga é um bom exemplo disto. O contacto directo com esta planta produz uma mancha vermelha na pele que dá comichão. A preparação homeopática de urtiga, urtica Urens pode ajudar no alívio da mesma condição. Outro exemplo: um quadro alérgico de ardor nos olhos e lacrimejamento pode ser curado com allium sepa (cebola) cuja acção todos nós conhecemos de a usar na cozinha. De igual modo uma pessoa que sofra de insónias é possível que necessite de uma dose homeopática de café (coffea cruda). 

A doença em Homeopatia é encarada como uma perturbação da força vital (energia, prana, chi) do organismo que por sua vez provoca o aparecimento de sintomas a diferentes níveis, necessitando, por isso, ser tratada dinamicamente, ao nível da causa. O tratamento deverá ser suave e ‘ajudar’ a força vital a encontrar o seu equilíbrio natural como quando se está em pleno estado de saúde. Isto é alcançado usando remédios dinamizados (potência homeopática).

Os remédios homeopáticos utilizam fontes de origem vegetal, de origem animal, de origem mineral e de origem bioquímica e sintética. A sua preparação implica diluição e agitação (sucussão/vibração), designada por “dinamização” ou “potenciação”. Estes processos deixam uma impressão electromagnética do padrão energético da substância no diluente; intensificam a capacidade curativa das substâncias e simultaneamente retiram os seus efeitos tóxicos. Estas substâncias muito diluídas (em doses infinitesimais) desprovidas de toxicidade, agem como um catalisador por processos de bioressonância, amplificando os mecanismos homeostáticos do organismo (sistema imunitário). Encorajam assim a própria inteligência curativa do corpo a restaurar a saúde. Os resultados são muitas vezes rápidos, suaves e permanentes. Os remédios homeopáticos estão disponíveis em diferentes forças conhecidas como “potências”.  O número antes da letra “C” indica a potência. Por exemplo Arnica 200C indica o remédio Arnica na potência 200C.

Leis e fundamentos da homeopatia

Os princípios fundamentais mantiveram-se praticamente inalterados.

Similitude ou lei da analogia: significa fazer corresponder o retrato dos sintomas da doença ou lesão com o retrato dos sintomas do remédio. Se por acaso deu 2 ou 3 doses de um remédio em particular e não obteve qualquer reacção é porque fez uma escolha errada. Não se preocupe porque não lhe vai fazer mal nenhum mas deve tentar encontrar o medicamento que condiga com o retrato na sua totalidade. A totalidade dos sintomas não significa a totalidade dos sintomas do remédio mas refere-se sim à totalidade dos sintomas da pessoa doente.

Lei da dose mínima: quer dizer usar a quantidade mínima de remédio para estimular o próprio mecanismo de cura do organismo. Neste caso a quantidade mínima é 1 dose (1 ou 2 grânulos). Dar ao corpo mais remédio do que necessita não produz melhoras mais rápidas e pode impedir o remédio de ser eficaz.

Globalidade/Holismo
: encarar a pessoa no seu todo o que leva à sua individualização (e do remédio/simílimo). Definir a sua constituição (parte estável), o seu temperamento (parte dinâmica e variável) e observar as suas reacções.De acordo com estes princípios, escolhemos o medicamento que actua pela qualidade e não pela quantidade: usa-se a energia da matéria e não a sua massa; segundo a lei da conservação da energia de Einstein, numa reacção nuclear em que há desaparecimento de uma massa M, há aparecimento de uma quantidade de energia E, ou seja, quanto mais se divide a matéria mais energia se obtém.